sábado, 1 de dezembro de 2007

RETRATO

Crônica de um Fotógrafo de Guerra


Eu fui ao Golfo. Trincheira, badalo, bala, osso e sangue – e desespero e terror e suor – e flashes em meio os escombros de almas, que se confundem com o barulho cristal do meu bruto obturador. Lá, no verde, no mar, na calma e no café, os retratos saem como gosto, com gosto e cheiro e som de passarinho e até tristeza de lembrança de passado. Na guerra, quem fotografa é o medo, a astúcia da morte no encalço, o embaraço – traço da lágrima, a desesperança e o laço que faz canal com a sorte. Click – Boom! É a minha melodia. Corpos e vidas. Sofrimentos paralisados em preto e branco, o sangue é rastro, o rastro é susto, o susto é morte e só eu escapo e fotografo. O que me mantém vivo é a morte. Filme que me passa, cheiro, barulho que me maltrata em meus dias de paz e passarinho, verde e vinho cor do sangue da desgraça. Em minhas paredes, ainda se sustentam os retratos da guerra, agonia que se encerra no clicar de um obturador.

terça-feira, 20 de novembro de 2007

BOM

Senso.

Só peço e arremedo meu pensamento e ajumento de grito meu ritmo descontento e enfrento meu lamento e fomento meu incenso de consenso de liberdade de igualdade sem saudade do momento em que alimento meu sentimento repetido libido de agonia e que fatia meu argumento jumento xucro égua nuca coice surra beiço mula no pedaço de resto de senso humano de abandono de razão.

segunda-feira, 15 de outubro de 2007

MEU PAI ETERNO

Ele tinha o dom de transformar tudo, com uma arma muito poderosa: o sorriso.

Ele fazia guerra sem nenhum motivo, apenas para colocar ordem e paz no ambiente.

Ele lutava a cada respiração, para manter muitos com vida.

Ele nunca hesitou, nunca tremeu, nunca foi covarde, nem fraco...

Só uma vez eu vi que um problema era maior que ele, e calava seu sorriso:
quando o vi à beira da morte;
mesmo assim me enganei.

Ele morreu sorrindo, deixou lições, exemplos e pessoas transformadas.

Ele é meu pai. Meu pai eterno. O Eterno Juvenal.

sábado, 8 de setembro de 2007

AO SETE DE SETEMBRO

Um sábado oito de setembro pra falar de alguma coisa que não seja, hoje, poesia, nem seja, preventivamente argumento de menino-de-propaganda.

Aqui,
mil coisas pra dizer que dá raivas, que dá nos nervos.

Tem varejo pra varejar, brifar, redundar, aceitar, apresentar, reprovar, receber reprovação e tocar.

Tem um Eu absurdamente inquieto com essa coisa de comunicar em papel, em festa e em marketing.

Quero mais é que deixe de ser regra falar de poesia quando se é inteligentemente capaz de falar da indigência da palavra e do mundo, da rima e da coisa - das coisas que alucinam de alguma forma, alguma forma de sentimento.

Quero mais é que se desprenda de mim essa vontade de ser Da propaganda, de pertencer a uma divisão equivocada de artropologistiados, de ideísticos inconformados com a mesma indigência de argumentos,
Do mundo.

Quero mais é que ontem não exista mais. E que, Independência seja fato e não relato de livro e argumento inteligente de porco e soco-social e argumento, de novo, anal. Porque é vento, e fedor, é um Puuum ditatório e hipócrita, esse dizer País.

Ah, quero mais é mandar o Papa tomar no cu sem que me enxerguem uma camiseta vermelha dizendo que Sou revoltado. Quero mais é que você se foda no dia Da independência informal, que não existe/existiu.

Quero mais é que o Brasil se despatriotize e tome no cu relevante da consciência de que a melhor forma está na forma como se pensa, e não, como se diz... Como diz o Malcon: "nada a ver pra comentar uma coisa dessas, vou é cagar e assobiar."

sexta-feira, 24 de agosto de 2007

ASSA-SSINA DA POESIA

Eu traio a gramática,
sem pudor,
sem ódio e sem saber.

Eu traio a gramática como quem não enxerga,
como quem não se importa,
como quem não sabe se comportar.

Eu traio sem ódio?
É mentira!
Fujo do tédio,
da época,
da seda,
da merda de ser gramatical.

Eu maltrato a gramática.

Fujo dela, piso, sou descauteloso e maldoso com ela.
Eu bato, eu faço e fato - é não gostar, mas eu gosto e não tenho respeito.

Sou infiel com a gramática.
Cafetão da palavra.
O "outro" da estética.

quinta-feira, 23 de agosto de 2007

HORA DE VIR-E-VER

Hora de viver!
Disse e bateu a porta num pulo de assustar,

e veio,
e foi e de novo,
disse que era hora de viver.

A sombra foi-se com a porta fechada,
o corpo foi com a chama apagada.

A hora de viver deu-se em segundo tempo de estar,
eu me plantei em três sinônimos de sentir, e estou.

Assim todos estão vivos no antônimo da verdade.

terça-feira, 14 de agosto de 2007

AMOR & ARTE

A arte é
vírgula no desespero
reticências na alegria
exclamação na atitude
interrogação na explicação
dois pontos no pensamento
ponto final na poesia

Ah

e o amor
não tem pontuação

segunda-feira, 13 de agosto de 2007

UM POEMA PRA SANTINHA

Um poema pra Santinha e outro pro meu desejo. Uma palavra pro baculejo da minha caixa cardíaca e um beijo pra boca de Santinha, que não beijei nem senti. Uma paixão pra Santinha! Eu, aqui, garôa lá fora, tempestade aqui dentro, pensamento em Santinha, pingo de agonia, frio de esperança. De nada vale, você, Santinha, se você, Santinha, não está aqui. [?]
Caldo de feijão, café, suco de maracujá, suco de você, Abyzz no rádio – e tu, nos meus pensamentos. Uma ordem pra Santinha! Tenta aí do seu jeito brincar de casinha com uma esperança. Tenta aí como pode, lembrar que penso em alguma coisa que não seja eu e você como pessoa, como gente. Pensa na gente, pensa, Santinha que não me tem.
Hoje tentei não ser sofisticado com meus argumentos. Só queria, assim, Santinha... Dizer, sei lá...
Cheguei, abri o Illustrator, carreguei a pistola, deixei o relógio sem marca sobre a mesa, chaves, carteira... Abri o MSN e dei de encontro com uma solidão pagã. Santinha, tenho uma coisa pra te contar, além, muito além do que você sabe e imagina que eu poderia falar... (que eu poderia sentir ou fazer). Imprevisível é minha vontade. Vontade santinha.

terça-feira, 7 de agosto de 2007

GONGELA ESTE MOMENTO DE PA[I]Z

Congela! Pra congelar aí, é bom. Congelar um momento feliz. Preto e branco, pai e eu, sem motivo, só amor. Eu, quem? Falando do amor? Deus, tão improvável quanto o tal, tão imenso quanto o mal, porém o contrário do tal. Congela! Espera, pai, que tô te abraçando. Vamos revelar o retrato? Vamos, hoje fazer um relato? Abstrato? Lembra que tomei Biocid pensando que era charope? Congela! De-sen-tox-ica com amor, com paciência, com pai. Com você, sem mundo, sem ninguém. Só, dois, só, nós. Congela a vida aí dois minutos que eu quero escrever uma carta pra vida dizendo as pa-lavras que curam feridas. Quero mais, que tudo mais, dizer assim: congela desse jeito que é desse jeito que quero a paz - assim, sem dúvida que haverá guerra entre nós e a vida, de novo, assim...? Deixa derreter e liqüidar algum mal que reste, algum maU que vista, o contrário dessa paz. Pai.
[3:48 da madrugada de quarta-feira.]

O PROBLEMA DE EJACULAÇÃO PRECOCE DO MARIDO DE ZEFINHA

- Vai, amor...
- Fui!

segunda-feira, 6 de agosto de 2007

QUALQUER COISA EU VOU ALÍ E MORRO

Não. Vou sair mas não volto, mãe. Por-que sim, por-que quis, por-que quero. Né o mundo, mãe? Quem? Eu? Não beber, não fumar, não trepar, não fazer, não ir, não vir. Quem, eu? Certo, pai. Viagem, coragem, asfalto, assalto, salto, pulo, morro, vivo, corro, sirvo, de novo, tráfico, tráfego, traço, masso, fumo – sumo - e volto. Vivo? Vivo. Morto.

(Inspirado numa Canção de Ninar)

O NADAADECLARAR DE RAIMUNDO VEREADOR

Pois? A ciência a globalização minha mãe o jogo meu filho foi pra escola tô doente. Quer? Queria mas não hoje tem festa de golfe de peça de arma de fogo de jogo de bola de sola de nado de pesca. Pode? Podia mas posso não posso ou posso um troço do carro quebrou a perna da vó do meu filho a sogra arrumou um marido sofrido. E a culpa? Posso dizer a culpa é sua infeliz.

(E pessoas ainda comem porcos.)

A BOLA É PRETA MAS NÃO É PRO SEU BICO, JOÃO.

João tem uma bola preta João uma bola preta tem uma bola vi João com ela tem uma bola preta mas é de João que mora perto do campo tem uma bola preta no campo João joga bola preta com a bola de João.

De quem é a bola preta?

Crasso, Crássico, Português, Ignorês, Mestradês e eu sem pesquisa: a bola é de João, mas não é o João do texto. É outro João.

(Obrigado, Marcos Bagno.)

JÁ FUI ALUNO

Buh! Hoje é dia de faculdade e eu acordei bem cedo: meio dia. É, as aulas só começas às sete.
O que será que vou encontrar por lá hoje? Após um ano sem. Bah! Gente feia, parece limpa, ótimos livros, gente burra, alunos-ótimos-profissionais e professores inexperientes. Ah, mas tem humano bom e sabido por lá. Os que andam calados no corredor. São feios, de óculos, camiseta sempre previsível e sapatos estranhos.

MIGUEL DA VIDA

Miguel de rua,
Miguel de violão e saco,
toca na rua.
Passa burguês,
passa malandro,
passa saia rodada,
passa cachorro,
passa gravata.
Miguel e o saco,
tremendo de moedas e frio,
medo-não, frio e esperança,
empregado do tempo sem cobrança do tempo,
sem cobrança da esperança.
Miguel sozinho,
só abraça o violão,
só exibe seus feios dentes e sua graça,
graça de violeiro,
graça de gente.
Fim do dia e é dia pra Miguel,
troca o saco por chapéu e lá vai cavalgando na lembrança.
Noite, frio, Miguel e o tempo, o tempo de criança:
violão, chapéu, noite, frio, moeda, vento, lembrança, cobrança...
Mas Miguel tinha família.

domingo, 5 de agosto de 2007

NÃOLERESTABOSTA!

Camila mandou ninguém ler ESTABOSTA. Gente feia que me visita, evita tentar escutá-la. A palavra em caixa alta é grega. Ela nem troiano nem gréia, nem grilo, nem agrado de nada. Camila da madrugada recomenda ninguém ler, e eu o rei daqui recomendo não a ler. Ler? Pois é, Doutor, corro um sério risco de pegar LER, mesmo.
Camila cala-boca que assim não flui! Engüia minha idéia, bufe minha lógica mas não desfaça-ele minha teoria de nada. Café e espada, navalha e toada. Merda. Bem que ela avisou. Vai confiar em mim, vai. Cortei-te-ei-te com minha na-valha alguma coisa, te fe-di com a bufa dela e te matei com minha idéia. Durma sem pensar.

ADELINA LEVOU MEU OVO

Vem alí! Adelina Shivalsier, cavalgando num cachorro, lembrança de filme antigo, castigo do filme ruim, covardia do que perdi. Lá. Lá. Vem. Adelina da Silva Shivalsier. Eu tava indo contar pra ela sobre meu sonho. O de ontem. E nem esperou-me-ei-me descer da árvore com meu pato vinho, ovos brancos caindo pinto. Lá! Adelina Cavalcanti da Silva Shivalsier! Ei, moça feia sem rumo que paizinho mandou não dar linha! Adelina da roça, do mato, do meu sonho. Venha cá!

Pai foi alí comprar o doce sem sal de veia, mas vem ver ainda se me vê, e Adelina, anja, some com teu cavalo do lado alado, ao lado do meu ovo de pato [pato = masculino de pata] - corre pra bem longe da árvore e do meu pensa-mento canino oval e malicioso. Ei, Adê, te passa sem me deixar, me deixa sem passar e vai sem ir que te quero aqui sem nada. Só tu. Adelina do meu sonho de ontem.

SE É QUE ISSO NAVALHA ALGUMA COISA

Na madrugada eu venho aqui. Só. Só na madrugada. Nem vim ontem. Não havia blog, não havia nada. Nem eu havia, nem a via pra me inspirar-me-se. Português aqui é de tôco, cadêra, e dizispêro; é semanticial, igualítico a nada(!) - assim, despontuado e desfeito - que não é defeito, é nada. E à nado deslimitado de cons-ciência sabida e boa. Meia noite e dezoito, sem biscoito, sem nada. Vontade, café e navalha, na vala do pé frio, sem rumo.
Escrever o (que) que não me vem? O (que) que você tem aí lingüistico e fá-tico - tico e taque do mouse fim da linha da lembrança do risco cursor fisco-com a idéia? Bom dia, sem vontade de ser.

FILOSOFIA SEM RECEITA E SEM BEIRA

Pedregulho de sapato

pêlo

de rato

apelo de sapo

pra

vassoura

sôa abstrato

o

som

do prato

caco

chão

corte

mão

não

sangra em vão

o sapo

eu

mato

o rato

eu

e

você

na cozinha

do nosso sonho.

sábado, 4 de agosto de 2007

PENA DA VIDA

Eu só quero um chão pra deitar


uma pedra pra me encostar



uma pena pra escrever



no chão



a beleza da pedra



sem pena



de mim.


sábado, 28 de julho de 2007

TEMPO

O agora é o que vejo: o exílio do nunca existir, o dobro do jamais será, somado à contradição do verbo sentir (porque não sinto...), menos o tempo que minto e digo saber, igual ao nada do dizer vi, sem ver o que vejo, sentindo o que não senti... O agora é a verdade. O nada, um segredo. Não sei de nada! Não vejo então o que vejo. Não sinto então o que sinto. Não falo. Então calo. Sinto o que vejo. Toco o que sinto. Vivo o tempo. E nele não minto.

sexta-feira, 27 de julho de 2007

TAPIOCA DE CAVIAR

Arnaldo é filho de Seu João.
Quem é Arnaldo?

Gisele tem um carro.
Quem é Gisele?

Zeca mora na Barra.
Zeca mora no Barro.

Todos são famosos.
Todos são anônimos.

E tudo vira bosta!

quarta-feira, 25 de julho de 2007

POETA NÃO TEM LÁGRIMAS

A caneta do poeta está derretendo, corroendo o papel da vida, está aos poucos apagando o que escreve com as contradições do que esta vivendo. A mão que passa a tinta é a mesma que enxuga as lágrimas. E o poema seca com a tinta, mas a verdade está no choro que não cessa. Contradiz a mão, o movimento... Um pingo cai na folha, outro se vai no vento dizer ao mundo que o poeta existe, nessa folha e no choro do seu contentamento.

sábado, 16 de junho de 2007

AO EU LÍRICO

Ódio ao lirismo! Ódio ao pobre de lirismo! Ódio às contas feitas, as festas de ódio, os gritos calculados, cruzetas sem pena. Ódio ao lirismo feto! Nem sabe, nem há! E é lírico – nojo! Ódio ao nojo do poema De Mário de Bandeira, o último, o lírico, o mentiroso. Ódio ao lirismo verdadeiro, que sangra e fede de amor e não é verdade do coração, é a nossa, que é seca, crua e seca de emoção... Só razão, só! – raso e puro! Ódio ao 29 de outubro que nasci e me envergonho de não ter nascido hoje, é hoje que não devo morrer. Ódio de mim por não pensar assim em 1986 quando o lirismo era fato alheio, hoje meu. Ódio ao lirismo-alma, lirismo-corpo, carne, forçado e feio, lirismo-por-lirismo, vida curta, breve-passo, longa-vida-lírica... Ódio! Por que não amo ninguém! Ódio do lirismo-amor, que não possuo. Ódio ao lirismo-criança, que brinca, não pensa! Brinca com os sentimentos. Ódio, e me calo para o lirismo-fome! Sede de dizer: - amo! E não amo porque me calo... E morro assim seco, In-lírico, des-lírico, sem amor-lírico, sem tudo.

quarta-feira, 13 de junho de 2007

O CANDELABRO DO POEMA. O FOGO DA VIDA.

O candelabro e a sombra, sem vestes na ponta da mesa, sem luz clareando o escuro, sem vela esquentando este minuto. Sou eu assim quando olho para mim, quando sumo com medo do escuro do interior da minha alma, das verdades, das visões, dos sentimentos.

Um candelabro sem vela, ou vela à mesa crua sem luz, ou luz, segundo e inconstante, como eu vivendo o que sou, e clareando o que posso ser, escurecendo o que devo, desdizendo e contrariando os princípios, derrubando os candelabros de velas acesas e mesas cobertas, botando fogo na minha perspectiva de morte, e na vida de quem quer ser vela acesa.

O que sou?: ora vela, ora candelabro, ora cru e inconstante, ora vela apagada, acesa... Ora mesa, ora nada... Fim do começo! Sigo a estrada. Vela, mesa, candelabro, nada! Apenas medo de fogo na minha casa.

terça-feira, 29 de maio de 2007

TEM QUE HAVER UM TÍTULO?

[Salve ó terra!...] Em casa, moribundo, ouvindo Nirvana e lendo um jornalista burro e seus textos doentes de desfato e desmato de inteligência humanamente compreensível. Estou apenas descansando na Cidadezinha, dias antes da ‘viagem’. Não vou morrer, vou viajar para o Sul, se é que a ‘oração’ foi meio conversa de suicida. Aqui, um milhão seiscentos e vinte e nove mil pensamentos desastrosos por segundo, fora os que vão para o purgatório só em pensar em serem pensados. Li num artigo que, se eu ficar nessa rotina mórbida regada à boa música, coca-cola e pipoca por mais quarenta e oito horas eu vou desenlouquecer e isso para mim seria o fim de mim. Ah... Rotina, pensamentos, Sul, Nirvana, Texto Ruim, Cidadezinha, Coca-Cola... Meu deus! Em um segundo consegui me estressar, tá vendo? Não é o simples fato de estar aqui preso numa constância doentia de tique-taques, não. Longe de ser este o motivo principal da alteração nervosa. Vou mudar de parágrafo e de assunto.
Quem disse que este texto tem que ter título, fim ou assunto principal? Tem nada! O Jornalistazinho que eu li agora há pouco segue um milhão e duas regras de gramática, estética, lingüística, o diabo, e, contudo não me fez piscar choroso diante dos seus dramas, contos e Vidas Burras, como no poema em que esculacho os poetas. Tá bom, vou dizer o intuito e o assunto principal deste texto. Eu me rendo! Este texto é um apanhado de pensamentos idiotas, talvez inteligentemente patéticos, mas desprovido temporariamente de preconceitos, o que não é o caso do jornalista que li há quase vinte e nove minutos. Bem, aproveitando a ocasião e oportunidade que me foi dada... (Nossa, que político isso!) Venho através desta... Putz! tem coisa mais ridícula no mundo do que iniciar uma carta oficial dessa forma? Tem sim... Tem coisa muito mais ridícula, uma delas eu estar aqui criticando quem ainda não se tocou de que “esta” já é ESTA por natureza. Entendeu? Deixa pra lá, então.

terça-feira, 10 de abril de 2007

O ATAQUE CARDÍACO DO SOLTADO SEM CABEÇA

Seu perfil pode ser menos crítico que o meu, mas se você for defender sua tese, bata de frente com a realidade, não seja hipócrita e conivente com essa vergonha e esse conjunto de balelas que é a nossa história e principalmente nosso presente. O que eu ando lendo em “idéias supremas” por aí é tudo um apanhado de esterco bem amarrado teoricamente, argumentos fechados com base em pesquisas idiotas e parciais. Quem quer que algo mude vá lutar como Guevara lutou! Ficar sentado escrevendo opiniões que só matam os piolhos das baratas da lógica política não é tese, não é filosofia, não é nada vivo! Eu estou cansado de ficar elogiando grandes nomes do nosso Feliz Brasil com ‘Z’.Que se fodam os ídolos da nossa sociedade! Salve a realidade a se combater, que é de miséria e de corrupção; não existe mais poesia & amor, e nem luta! Existe a pateticidade sem cura de quem quer se mudar, e não, mudar alguma coisa. Ideologia é moda num país estuprado pelas cabeças demoníacas ditatórias. O dinheiro manda nessa merda, e quem não o tem, come bosta, e sempre será assim. Como disse um professor de filosofia [sem pernas, sem braços e sem vista]: “sou vivo e a vida sempre gritarei! Quem tem tudo não tem nada, quem tem nada tem um motivo para morrer; quem tem tudo procura uma maneira de morrer sem motivos para lamentar, quando o lamentável é viver com medo da morte. A morte é burra!”.Eu estou ‘metendo o pau’ até nos colegas publicitários. Eu quero é que se fôda e que minhas críticas perturbem muito, que sejam como uma lixa grossa que tire o sossego hipócrita de quem é capitalista por vontade; pela faculdade de disseminar a mentira que mata. O que mata o homem é o que ele tem de melhor materialmente, o que o salva é o que ele não tem de sentimento. Eu ando estudando muito sobre as questões referentes ao nosso tempo, me baseando também na história antiga. Cheguei à conclusão, a convicta conclusão que é uma babaquice se apegar à maioria das coisas que a sociedade sempre se apegou. Tudo que, de certa forma fala de criação, salvação, solução da educação, solução da violência, de tudo... Tudo é merda, bosta irracional alienadora que só afundou o mundo. O ser humano desde sua existência cultiva o erro, o erro do sentimento, mas o pior erro é subestimar a lógica. As lógicas desumanas.

segunda-feira, 2 de abril de 2007

SE ISSO SE CHAMASSE AMOR


Corrosivo como os meus maus pensamentos, buscas sem achares, caminhos perdidos, idas sem limites... Corrosivo, e corrói como tudo o que sai da tua boca: palavra, beijo, sobejo, escarro, cuspes presos na garganta cortada que não sangra nada, não sangra nada... Corrosivo e estressante o brilho deste olho esquerdo, de perfil, olhar estressante e falso, corrosivo e mero-amor de relance, minuto... curto e incansável. Corrosivo, e sou eu quem corrói a sombra do teu corpo gasto de buscas de amor. Corrói-se e corrói-se... e continua as desesperanças encontradas nas falhas idas.
É corrosiva tua voz em tempos de felicidade: vento-fogo que aquece e rasga, quebra e queima a fortaleza dos sonhos impossíveis, da frieza das nossas almas. Corrosivo teu sorriso à noite, nas lindas noites de desgraça, em que tu me cercas, com fome, e não me come, por que sei fugir de amores bandidos em fugas de cárceres-d’alma. Corrosivo teus passos brandos, finos couros resistentes das solas dos teus passos, que pisa, pisa... e acaba o caminho sem rastro, sem fim... Corrói-me dizer coisas, me corrói calar agora, é corrosivo e perigoso nesta hora, quando o amor vai acabando por segundos, e décadas a fundo voltam a existir... a sombra acaba, o cuspe seca, a vida vai, e não há mais nada a se corroer...
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Imagem: StockPhotos Brasil®

sábado, 31 de março de 2007

TODO HOMEM É UM POUCO PUTA

Quem não é puta atire a primeira pedra! Todo homem é um pouco puta. Inquestionavelmente, todos, têm vestígios de puta, traços de puta, jeito de puta e principalmente atitude de puta. Ah, já sei, seu pai não é nenhuma puta? Nem o meu! Puta mesmo é o pensamento dele, o seu, o do meu e o meu. Qual homem não se oferece de bandeja para uma mulher e até mesmo por causa de uma vaga de emprego, ou coisa parecida? A diferença é que o homem é uma “puta grátis”. Na rua, na escola, no trabalho, na igreja, no elevador, seja aonde for, todo homem age muitas vezes como puta. Aquele olhar malicioso, aquele assobio descarado na esquina, os comentários em “rodinhas” de amigos, também são sinais de puta. Haja putaria! Mas o que eu acho interessante é o machismo, coisa que o homem, sendo assim, age contra ele mesmo. Mas o mais interessante é que, o homem só se mostra machista após a conquista; antes? Nem pensar! Logo agora que as mulheres estão cada dia mais gostando de si...? Acho isso ótimo! Embora eu também seja um pouco machista. Quem não é? O engraçado é que, somos machistas, porém somos putas! Às vezes até mais puta do que uma puta mesmo. A puta em si, filosoficamente é uma solitária, em meio um mundo de desejos, muitas vezes sujo e cafajeste. Muitas encontram um certo glamour e até satisfação no seu árduo ofício, mas o homem não! O homem é uma puta daquelas que faz por pura sacanagem e na maioria das vezes sem nenhuma preocupação com o sentimento e em sua maioria só está preocupado com ele mesmo. Eu tenho um profundo respeito pela verdadeira puta, porém, apesar de possuir traços machistas assim como todo homem, ou qualquer ser humano, e até traços de puta, acho que o homem deveria ser menos puta e mais sentimento, mesmo que seja sentimento de puta, mas, puta que pariu! – que seja menos puta!
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sexta-feira, 30 de março de 2007

MEDO DAS LUZES

O candelabro e a sombra, sem vestes na ponta da mesa, sem luz clareando o escuro, sem vela esquentando este minuto. Sou eu assim quando olho para mim, quando sumo com medo do escuro do interior da minha alma, das verdades, das visões, dos sentimentos... Um candelabro sem vela, ou vela à mesa crua sem luz, ou luz, segundo e inconstante, como eu vivendo o que sou, e clareando o que posso ser, escurecendo o que devo, desdizendo e contrariando os princípios, derrubando os candelabros de velas acesas e mesas cobertas, botando fogo na minha perspectiva de morte e na vida de quem quer ser vela acesa... O que sou?: ora vela, ora candelabro, ora cru e inconstante, ora vela apagada, acesa... ora mesa, ora nada... Fim do começo! Sigo a estrada. Vela, mesa, candelabro, nada! Apenas medo de fogo na minha casa.
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O ABORTO DO FETO ESPERANÇA

Nasce! E morre a cada minuto uma esperança de anos atrás. Uma busca à coragem fugitiva é feita periodicamente nos intervalos de banho de sol, onde a chuva cai com a força da última tempestade. Nasce! E morre a cada minuto uma esperança baldia, mundana, covarde! Um achar de coragem se resume a um simples ato de covardia, sem armas... Sem esperança. Nasce! E é destruída a cada minuto uma esperança de se ter amanhã uma esperança de se ter uma esperança - ousar até uma lembrança de viver uma esperança na calma da ausência da covardia... Cansei em falar disso...

Tenório Cavalcanti®, Copyright 2007. Todos os direitos reservados.

PARADOXO DA SOMA DOS VALORES DO SENTIR

O agora é o que vejo: o exílio do nunca existir, o dobro do jamais será somado à contradição do verbo sentir, porque não sinto... Menos o tempo que minto e digo saber, igual ao nada do dizer vi sem ver o que vejo, sentindo o que não senti... O agora é a verdade. O nada, um segredo. Não sei de nada! Não vejo então o que vejo.
Tenório Cavalcanti®, Copyright 2007. Todos os direitos reservados.

quinta-feira, 29 de março de 2007

JABOR, SEJA BEM VINDO À MINHA HUMILDE SALA DE VISITAS.

Arnaldo é meu amigo íntimo. (Amigo sim! Foi assim que ele se dirigiu à mim em sua última profecia no JN.) Arnaldo é profeta, Arnaldo é presidente, papa, técnico de futebol, pastor, o diabo! Arnaldo só não é Povo. E precisa ser? Nem sei, só sei que Arnaldo lambe, lambe pelas beiradas, igual gato comendo papa quente, argumenta...! (bem partidário, por sinal)... E só esbarra no óbvio e esse óbvio só levanta o que já está “viagrado”. Eu já convivi com professores universitários bem parecidos. A arrogância alumiava na testa deles, mas pelo menos eu tinha a chance de cutucá-los lá, na presença deles, por isso mesmo chamei o espectro do Profeta Jabor para dar bofetadas dialógicas nele, aqui tomando um Kissuke, caladinho[!] na minha Sala de Visitas. Ou você acha que vou oferecer-lhe do meu Chivas? Vai que ele comenta no JN que meu uísque era falso...
- Sente-se, o chão está limpo, querido profeta. O Kissuke é de uva, o gelo acabou, mas como a sua mesa vai ser o chão, o suco vai ficar bem friozinho assim como o seu bumbum. Arnaldo, sempre quis te perguntar algumas coisas, mas no JN só você fala! Então, diga-me se não foi gentileza trazer-lhe aqui amarrado, apenas para ouvir? Ah, um dia você disse ao vivo que é preciso ser ouvinte, ter paciência e escutar o que as pessoas têm a dizer. Não quero falar de Amor, Sexo ou Poesia, mas nosso papo vai ser bem poético, cheio de amor, mas, por favor, nada de perversões sentimentais/sexuais, tipo aquelas do seu livro que confundi com o CD da Rita Lee.
O recado é curto. Diga-me uma coisa, cara... Como você consegue ser tão inteligente, dinâmico, crítico, sarcástico (gosto disso) e só amarrar o bode no toco do seu quintal? Que coisa feia Arnaldinho... Dá próxima vez que abrir sua boca escovada com Oral-B para criticar, argumentar e opinar sobre a situação no País ou qualquer outro tema social lembre-se que nem todos que estão te vendo - são Público do Jornal Parcial, digo, Jornal Nacional. Gente que não se conforma com política-por-tabela também assiste, e você, por mais que se mostre inconformado e cheio de boas intenções, tudo se resume a uma frase: Arnaldo é um político em eterno discurso pré-eleição! Mas ninguém vai votar em você, porque você não quer ser eleito, porque assim, você seria apenas mais um lá e saberia que outro Arnaldo puxaria o seu saco, mesmo que camufladamente. [‘Pornopolítica’]. Isso é ruim, para quem é tudo: presidente, papa, técnico de futebol, pastor, o diabo!
Tenório Cavalcanti®, Copyright 2007. Todos os direitos reservados.

CASA DOS POETAS

Noite fria e feia... Vinicius de Moraes olha a lua feia, enquanto Basílio da Gama canta A Morte de Lindóia em dó com um pandeiro de couro de búfalo que ganhara de Gonçalves Dias no dia do seu aniversário de dois anos de poeta. Álvares de Azevedo, sozinho, conta cartas de baralho na mesa verde, enquanto Gil Vicente escreve cartas pra Todo Mundo e Ninguém .
Drummond quieto em sua mesa branca, resolve ir até a varanda de ceroulas, Não fumar um cigarro, mas, no meio do caminho tinha uma pedra, ele tropeçou e caiu sorrindo, nisto, Gregório de Matos, que fumava um mato estranho, deu pausa para rir também, sozinho na cozinha. Oswald Andrade no banheiro, nem sei fazendo o quê, também cantava bem alto, atrapalhando o pensamento de Fernando Pessoa e Alberto Caeiro que compunham um samba, “partido alto”. E o dia amanhece, mais um dia acabou, outros virão e acabarão e nada de poesia. Não surgiu, não surge, não há! Só Tenório Cavalcanti, o vizinho, conseguiu fazer um poema.
Tenório Cavalcanti®, Copyright 2007. Todos os direitos reservados.

quarta-feira, 28 de março de 2007

RESPOSTA À Shakespeare ATRAVÉS DE PENSAMENTOS.

Quero poesia na minha vida. E aventura. E amor. Acima de tudo amor. Não a atitude simulada do amor, mas o amor que avassala a vida. Incontido, desgovernado, como um motim no coração...que nada possa deter. Nem a tragédia, nem o êxtase. Amor nunca visto em uma peça. (Shakespeare)

Ah, Shakespeare... Sei lá cara...

Minha intenção é dividir a poesia da minha felicidade com o tanto de poesia do olhar sóbrio-embriagado-de-amor dela... E juntos, fazermos um grande e belo poema, de luar, de brisa, de cheiro, de paixão, de aventura! Aventura daquelas que prende a respiração (estilo o poema de Caeiro.) Assim... Aventura só de cair na real e ver que estamos juntos no lugar mais simples do mundo... Simples depois que acorda, porque passa o clima, mas o encanto não se quebra. Ah! também queria dar amor para ela, tipo presente besta do dia-a-dia, dose de amorzinho, sabe? (estilo o poema do mineiro). Mas não atitude simulada de amor, amor de momentinho, amor de cheirinho, amor-de-amorzinho... Não! É Amor, acima de quase tudo, amor. Aquele amor, assim... (estilo o poema daquela Apresentadora de TV). Eu falei QUASE porque tem que haver fé, querença-bem-de-tá-pertinho... Ah... Então é TUDO mesmo, porque tudo juntim é amor, mesmo! Amor, mas amor assim... Tipo o poema que vou escrever junto com Ela, porque desses amores, nunca vi, Ela nunca viu, nunca se viu em Poema algum.
Tenório Cavalcanti®, Copyright 2007. Todos os direitos reservados.

A HORA

Parei. Olhei o penhasco e pulei. Foi assim a salvação primeira do meu espírito de vontade última de viver. Sem temer – temendo apenas o já anunciado, fui ao inesperado e entendi o resto do começo. Não! Não foi sempre assim. Já hesitei e não pulei penhascos. Talvez o medo do inesperado, o sufoco do novo e o medo do erro – que não está lá embaixo, não está lá encima. Está na ânsia de voar, de não cair lá embaixo e lá embaixo está a verdade. Subindo ou não. Está a verdade. Prontifico-me a confiar no pára-quedas da minha alma, mas o vento é forte e me leva para o inesperado. É aqui que eu quero estar.
Tenório Cavalcanti®, Copyright 2007. Todos os direitos reservados.

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