Miguel de rua,
Miguel de violão e saco,
toca na rua.
Passa burguês,
passa malandro,
passa saia rodada,
passa cachorro,
passa gravata.
Miguel e o saco,
tremendo de moedas e frio,
medo-não, frio e esperança,
empregado do tempo sem cobrança do tempo,
sem cobrança da esperança.
Miguel sozinho,
só abraça o violão,
só exibe seus feios dentes e sua graça,
graça de violeiro,
graça de gente.
Fim do dia e é dia pra Miguel,
troca o saco por chapéu e lá vai cavalgando na lembrança.
Noite, frio, Miguel e o tempo, o tempo de criança:
violão, chapéu, noite, frio, moeda, vento, lembrança, cobrança...
Mas Miguel tinha família.
segunda-feira, 6 de agosto de 2007
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