Ódio ao lirismo! Ódio ao pobre de lirismo! Ódio às contas feitas, as festas de ódio, os gritos calculados, cruzetas sem pena. Ódio ao lirismo feto! Nem sabe, nem há! E é lírico – nojo! Ódio ao nojo do poema De Mário de Bandeira, o último, o lírico, o mentiroso. Ódio ao lirismo verdadeiro, que sangra e fede de amor e não é verdade do coração, é a nossa, que é seca, crua e seca de emoção... Só razão, só! – raso e puro! Ódio ao 29 de outubro que nasci e me envergonho de não ter nascido hoje, é hoje que não devo morrer. Ódio de mim por não pensar assim em 1986 quando o lirismo era fato alheio, hoje meu. Ódio ao lirismo-alma, lirismo-corpo, carne, forçado e feio, lirismo-por-lirismo, vida curta, breve-passo, longa-vida-lírica... Ódio! Por que não amo ninguém! Ódio do lirismo-amor, que não possuo. Ódio ao lirismo-criança, que brinca, não pensa! Brinca com os sentimentos. Ódio, e me calo para o lirismo-fome! Sede de dizer: - amo! E não amo porque me calo... E morro assim seco, In-lírico, des-lírico, sem amor-lírico, sem tudo.
sábado, 16 de junho de 2007
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2 comentários:
É.
A gente finge que odeia. A gente continua despistando os imbecis.Impossível alguém que odeie tanto escrever tão bem. Deve amar pelo menos o ato de escrever.
www.espiralada.blog.com
Ódio!Por que não amo ninguém!
Todos nós temos um grito contido, um que ouvimos tão audível, quanto sentido. Saber ouvir, e entendê-lo para o silenciar, e assim prosseguir.
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