sábado, 16 de junho de 2007

AO EU LÍRICO

Ódio ao lirismo! Ódio ao pobre de lirismo! Ódio às contas feitas, as festas de ódio, os gritos calculados, cruzetas sem pena. Ódio ao lirismo feto! Nem sabe, nem há! E é lírico – nojo! Ódio ao nojo do poema De Mário de Bandeira, o último, o lírico, o mentiroso. Ódio ao lirismo verdadeiro, que sangra e fede de amor e não é verdade do coração, é a nossa, que é seca, crua e seca de emoção... Só razão, só! – raso e puro! Ódio ao 29 de outubro que nasci e me envergonho de não ter nascido hoje, é hoje que não devo morrer. Ódio de mim por não pensar assim em 1986 quando o lirismo era fato alheio, hoje meu. Ódio ao lirismo-alma, lirismo-corpo, carne, forçado e feio, lirismo-por-lirismo, vida curta, breve-passo, longa-vida-lírica... Ódio! Por que não amo ninguém! Ódio do lirismo-amor, que não possuo. Ódio ao lirismo-criança, que brinca, não pensa! Brinca com os sentimentos. Ódio, e me calo para o lirismo-fome! Sede de dizer: - amo! E não amo porque me calo... E morro assim seco, In-lírico, des-lírico, sem amor-lírico, sem tudo.

quarta-feira, 13 de junho de 2007

O CANDELABRO DO POEMA. O FOGO DA VIDA.

O candelabro e a sombra, sem vestes na ponta da mesa, sem luz clareando o escuro, sem vela esquentando este minuto. Sou eu assim quando olho para mim, quando sumo com medo do escuro do interior da minha alma, das verdades, das visões, dos sentimentos.

Um candelabro sem vela, ou vela à mesa crua sem luz, ou luz, segundo e inconstante, como eu vivendo o que sou, e clareando o que posso ser, escurecendo o que devo, desdizendo e contrariando os princípios, derrubando os candelabros de velas acesas e mesas cobertas, botando fogo na minha perspectiva de morte, e na vida de quem quer ser vela acesa.

O que sou?: ora vela, ora candelabro, ora cru e inconstante, ora vela apagada, acesa... Ora mesa, ora nada... Fim do começo! Sigo a estrada. Vela, mesa, candelabro, nada! Apenas medo de fogo na minha casa.

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